sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Cultura numa perspectiva Antropológica (Parte I)

Desde a Antiguidade que, o ser humano, tem revelado a necessidade de encontrar uma explicação para as suas diferenças, a nível do comportamento e atitudes, tomando, portanto, como referência as diversidades genéticas e geográficas.



      Numa primeira abordagem, alguns estudos verificaram que:
1- As características biológicas não são determinantes das diferenças culturais: por exemplo, se uma criança brasileira for criada na França, ela crescerá como uma francesa, aprendendo a língua, os hábitos, crenças e valores dos franceses. Podemos citar, ainda, o facto de muitas actividades que são atribuídas às mulheres numa cultura são responsabilidade dos homens noutra.

2- O ambiente físico também não explica a diversidade cultural. Por exemplo, os lapões e os esquimós vivem em ambientes muito semelhantes – os lapões habitam o norte da Europa e os esquimós o norte da América. Era de se esperar que eles tivessem comportamentos semelhantes, mas os seus estilos de vida são bem diferentes.
 Os esquimós constroem os igloos amontoando blocos de gelo num formato de colmeia e forram a casa por dentro com peles de animais. Com a ajuda do fogo, eles conseguem manter o interior da casa aquecido. Quando muda de local, o esquimó abandona a casa levando apenas os seus pertences e constrói um novo igloo.
Já os lapões vivem em tendas de peles de rena. Quando desejam mudar-se, eles desmontam o acampamento, secam as peles e transportam tudo para o novo local. Além disso, enquanto os lapões se dedicam à criação de renas, os esquimós apenas caçam renas.

Outro exemplo são as tribos de índios que habitam uma mesma área florestal e têm modos de vida bem diferentes: algumas são amigáveis, enquanto outras são ferozes; algumas alimentam-se de vegetais e sementes, outras caçam; têm rituais diferentes, entre outros…
Verificando-se que a primeira abordagem não gerava soluções explicativas da diferença cultural, surge uma segunda abordagem que visa a interacção social como a verdadeira explanação do problema:

3- O comportamento dos indivíduos depende, então, de um conjunto de aprendizagens, cujo processo se designa por socialização. Pessoas de “raças” ou sexos diferentes têm comportamentos diferentes, não somente em função da predisposição genética ou do ambiente em que vivem, mas por terem recebido uma educação diferenciada; educação essa que tem as suas raízes numa colectividade, denominada Cultura.
Deste modo, conclui-se que é a Cultura que determina verdadeiramente a diferença de comportamento entre os homens. O Homem age de acordo com os seus padrões culturais, logo ele é o resultado do meio em que interage/socializa. Logo, se os padrões culturais divergem de sociedade para sociedade, a Cultura também varia.

Por Helena (Com base na obra Cultura, Um conceito Antropológico, de Roque Barros Laraia)

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