domingo, 28 de novembro de 2010
Teoria da Cultura segundo a Ontognoseologia (Parte II)
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
A Cultura numa perspectiva Antropológica (Parte II)
o Homem é, por natureza, um animal “versátil” que, munindo-se de instrumentos como a Cultura, conseguiu compensar o seu contínuo processo de inacabamento, do ponto de vista biológico, com uma grande complexificação cerebral. Isto permitiu-lhe sobreviver através dos tempos, ainda que com um equipamento biológico relativamente simples.
Por exemplo, os africanos, quando foram trazidos como escravos para uma terra estranha, com costumes e línguas diferentes, perdiam a motivação de continuar vivos e muitos praticavam suicídio.
A Cultura numa perspectiva Antropológica (Parte I)
Numa primeira abordagem, alguns estudos verificaram que:
Já os lapões vivem em tendas de peles de rena. Quando desejam mudar-se, eles desmontam o acampamento, secam as peles e transportam tudo para o novo local. Além disso, enquanto os lapões se dedicam à criação de renas, os esquimós apenas caçam renas.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Continuação da Teoria do Culturalismo
Como lemos nos post anterior, o aspecto da transmissão cultural é um pilar muito importante nesta teoria que tem por premissa básica que uma determinada cultura impõe um determinado pensamento aos Homens nela inseridos.
A cultura condiciona o comportamento psicológico do indivíduo, a sua maneira de pensar, a forma com percebe o que o rodeia e como extrai,organiza e assimila a informação daí proviniente.
Neste sentido, foram significativos os trabalhos de Ruth Benedict, realizados
na década de 1930, sobre os índios pueblo do sudoeste dos Estados Unidos - os
quais, apesar de imersos num meio físico semelhante ao das etnias
circunvizinhas, raciocinavam de forma muito diferente diante de problemas
idênticos.
Margaret Mead analisou principalmente a importância da educação na formação
da personalidade adulta. Ralph Linton e Abram Kardiner, por sua vez, expuseram o
conceito de personalidade de base, que consistiria num mínimo psicológico comum
a todos os membros de uma sociedade.
" A análise da cultura realizada a partir da noção de pattern, de "configuração", de "perfil", foi por eles sistematizada(...), cujos trabalhos vieram mostrar a descontinuidade entre as culturas e a relatividade das formas culturais"
Valade, Bernard (1995). "Cultura". in Tratado de Sociologia
Os homens não nascem com cultura, sofrem um processo de endoculturação ou inculturação- ajustamento das nossas formas de comportamento inato ou biologicamente determinado às práticas culturais estabelecidas no nosso grupo.
Ralph Linton aprofundou a relação estreita que existe entre a personalidade de um indivíduo e a cultura da sociedade a que pertence. Como escreve em 1936: " A cultura (...) só existe no espírito dos indivíduos que formam uma sociedade. As características que possui advêm-lhe das personalidades desses individuos e da interacção dessas personalidades. Inversamente, a personalidade de cada indivíduo é elaborada e funciona em permanente associação com a cultura da sociedade" Valade, Bernard (1995). "Cultura". in Tratado de Sociologia
Para a escola culturista, a cultura é constituída por um sistema de comportamentos aprendidos e transmitidos numa determinada sociedade que modela a personalidade dos indivíduos.
Ao mesmo tempo, é também formada pelo resultado material (os objectos manifacturados) desses comportamentos. Nesta concepção de cultura, um objecto só tem valor se tiver um sentido, sendo a cultura um conceito abstracto. A realidade concreta não é senão aquela dos comportamentos dos indivíduos que são por eles apreendidos.
Por Beatriz
Teoria do Culturalismo - Margaret Mead e a Transmissão cultural
A Teoria do Culturalismo surge com Ruth Benedict, Ralph Linton, Abram Kardiner e Margaret Mead (1901-1978), cujo trabalho é relevante nesta introdução à teoria. Margaret Mead aprofunda o seu trabalho principalmente quando decide orientar as suas investigações para a maneira como um indivíduo recebe a cultura e as consequências que isso acarreta na formação da sua personalidade.
É portanto,o processo de transmissão cultural e de socialização da personalidade que Margaret Mead decide colocar no centro das suas reflecções e dos seus trabalhos.O seu objectivo seria analisar diferentes modelos de educação tentando compreender o fenómeno da inscrição da cultura no indivíduo e explicar aspectos dominantes da personalidade devidos ao mesmo processo de inscrição. A sua investigação conduziu-a à Oceânia, a três sociedades na Nova Guiné ( os Arapesh, os Mundugomor eos Cambuli). Através dos casos estudados mostra que as pretensas personalidades masculina e feminina que se têm por universais, porque consideradas de origem biológica, não existem conforme as imaginamos em todas as sociedades. Mais ainda, certas sociedades têm um sistema cultural de educação que não se consagra a opor os rapazes e as raparigas no plano das personalidade.
Entre os Arapesh, tudo parece organizado na pequena infância para fazer com que o futuro Arapesh, homem ou mulher, seja um ser delicado, sensível,prestável, enquanto que, entre os Mundugomor , a consequência do sistema de educação é antes suscitar a rivalidade, e até mesmo a agressividade, tanto que entre os homens como entre as mulheres, e ainda nos dois sexos.
Na primeira sociedade, as crianças são acarinhadas sem distinção de sexo; na segunda, são duramente educadas, porque são filhos não desejados, sejam rapazes ou raparigas.
As duas sociedades produzem, através dos seus métodos culturais, dois tipos de personalidade completamente opostos. Em contrapartida, têm um ponto em comum: não distinguindo entre "psicologia feminina" e "psicologia masculina", não engendram personalidade especificamente masculina ou femenina. Segundo a concepção habitual na nossa sociedade, o Arapesh, homem ou mulher, parece-nos dotado de uma personalidade predominantemente feminina, e o ou a Mundugomor de uma personalidade predominantemente masculina, ainda que apresentar factos nestes termos não passe de um contra-senso.
Inversamente, os Chambuli, o terceiro grupo, pensam como nós que homens e mulheres são profundamente diferentes na sua psicologia. Mas, ao contrário de nós, estão persuadidos de que a mulher é, por " natureza" , empreendedora, dinâmica, solidária com os membros do seu sexo, extrovertida; e que o homem è, em contrapartida, sensível, menos seguro de si, muito preocupado com a sua aparência, tendente a invejar os seus semelhantes. É que, entre os Chambuli, são as mulheres que detêm o poder económico e que asseguram o essencial da subsistência do grupo, ao passo que os homens se consagram a sobretudo a actividades cerimoniais e estéticas, que os põem muitas vezes em competição uns com os outros.
Assim, a personalidade individual não se explica por caracteres biológicos ( por exemplo e neste caso, o sexo), mas pelo "modelo" cultural particular de uma dada sociedade que determina a educação da criança. Desde os primeiros instantes de vida, o modelo impregna o indivíduo, através de todo o sistema de estímulos e de interditos, formulados ou não explicitamente, o que o leva, uma vez adulto, a obedecer de modo inconsciente aos princípios fundamentais da cultura. Foi a este processo que os antropólogos deram o nome de "inculturação" . A estrutura da personalidade adulta, resultante da transmissão da cultura através da educação , será em princípio adaptada ao modelo da cultura em causa. A anomalia psicológica, presente e estigmatizada em qualquer sociedade, explica-se do mesmo modo, não em termos absolutos (universais) mas em termos relativos, como sendo a consequência de uma inadaptação do indivíduo dito "anormal" à orientação fundamental da sua cultura ( por exemplo, o Arapesh egocêntrico e agressivo ou o Mundugomor delicado e altruìsta). Existe, portanto , uma ligação estreita entre modelo cultural , método de educação e tipo de personalidade dominante.
Por Beatriz
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
A Teoria da Cultura segundo a Ontognoseologia (Parte I)
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Teoria da Cultura de Massa
Antes do aparecimento da cultura de massa, havia inúmeras configurações culturais:
-a popular, em contraposição à erudita;
-a nacional, que entrelaçava a identidade de uma população;
-a cultura no sentido geral, definida como um conjunto histórico de valores estéticos e morais;
-e tantas outras culturas que produziam diversificadas identidades populares.
Mas, com o nascimento do século XX e, com ele, dos novos meios de comunicação, estas modalidades culturais ficaram completamente submergidas sob o domínio da cultura de massa. Veículos como o cinema, o rádio e a televisão, ganharam notório destaque e dedicaram-se, em grande parte, a homogeneizar os padrões da cultura.
Como esta cultura é, na verdade, produto de uma actividade económica estruturada em larga escala, de estatura internacional, hoje global, está inevitavelmente ligada, ao poderoso capitalismo industrial e financeiro. A serviço deste sistema, oprime incessantemente as restantes culturas, valorizando somente os gostos culturais da massa.
Esta cultura é hipnotizante e indutiva. É apresentada ao ser humano de tal forma, que se torna quase inevitável o seu consumo, principalmente se a massa não tem o seu olhar e a sua sensibilidade educados de forma apropriada.
Com os apelos desta indústria, personificados maioritariamente na publicidade, naquela que se concentra no sensacionalismo, é quase impossível resistir aos sabores visuais do montante de imagens e símbolos que inundam a mente humana o tempo todo.
É este o motor que move a indústria cultural e que corrompe as mentalidades pouco preparadas, nomeadamente a das crianças que tomam a publicidade como exemplo.
É necessário, acima de tudo, mudança de comportamentos e de formas de pensar.
Por Susana.
Teoria organizacional de cultura
Teorias Sobre a Cultura
O conceito de cultura sempre foi muito difícil de definir, de maneira que existem diferentes pontos de vista, dos mais variados campos de estudo. De tal forma, e para termos uma "definição" o mais completa possível, iremos abordar esses diferentes pontos de vista, de forma a esclarecer melhor o leitor.
Essas teorias são então:
Teoria Antropológica
Teoria do Culturalismo
Teoria Ontognoseologica
Teoria Organizacional
e Teoria da Cultura de Massa
Por Alexandra e Susana
sábado, 20 de novembro de 2010
Esclarecimento do conceito "aculturação"
Segundo o historiador francês Nathan Watchel, aculturação é todo fenómeno de interacção social que resulta do contacto entre duas culturas, e não apenas da sobreposição de uma cultura a outra.
Já Alfredo Bosi em "Dialética da colonização" afirma que esse fenómeno provém do contacto entre sociedades distintas e pode ocorrer em diferentes períodos históricos, dependendo apenas da existência do contacto entre culturas diversas, constituindo-se, assim, um processo de adaptação social.
A maioria dos autores acreditam que a aculturação é sempre um fenómeno de imposição cultural.
Em que ficamos então? O que se passa realmente com este fenómeno social?
Trata-se de aculturação quando duas culturas distintas ou parecidas são absorvidas uma pela outra formando uma nova cultura diferente. Além disso aculturação pode ser também a absorção de uma cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos da cultura inicial e da cultura absorvida. Um exemplo é a cultura brasileira que adquiriu traços da cultura de Portugal, da África, que juntamente com a cultura indígena formou-se a cultura brasileira.
Com a crescente globalização a aculturação tem vindo a tornar-se um dos aspectos fundamentais na sociedade. Pela proximidade a grandes culturas e rapidez de comunicação entre os diferentes países do globo cada cultura está a perder a sua identificação cultural e social aderindo em parte a outras culturas. Um exemplo disso é cultura ocidental similar em muitos países. Mesmo assim a aculturação não tira totalmente a identidade social de um povo, crendo-se que talvez no futuro não exista mais uma diferença cultural tão acentuada como a aquela que hoje ainda se observa entre alguns países.
Mas a aculturação não tem assim tanta carga negativa. A aculturação pode ser a solução para a nossa problemática, uma vez que se um cultura que não corrompa a Declaração Universal dos Direitos Humanos, e não permite a usurpação do poder pelo Homem, essa cultura pode transmitir valores e ideologias positivas à cultura onde sucedem situações de supremacia do homem, e em que os indíviduos dessa sociedade acham quase "normal" todo o comportamente desumano, por estarem intrinsecamente "familiarizados" com o seu país/região. Um exemplo desse acontecimento é o que se passa no Camboja como já introduzimos num dos post's anteriores. Talvez a aculturação possa salvar em parte o agravamento desta e de outras situações que o ser humano enfrenta nos nossos dias.
Por Rita
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Introdução à problemática
Pela defesa dos pricípios contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, percorreremos um caminho no sentido de transparecer os limites de cada teoria e exemplificar as suas respectivas visões perante a realidade. O objectivo principal será excluir as práticas humanamente incorrectas encobertas e protegidas pelo conceito de cultura de modo a torná-las totalmente inadmissíveis de acordo com a evolução dos comportamentos e pensamentos ao longo da história da humanidade, como por exemplo:
(para continuar a ver clicar no video e seleccionar a parte 2).
Por Beatriz e Rita
Raiz etimológica da palavra "cultura"
Civilização. Palavra de formação relativamente moderna - excepto na forma italiana de ciuiltà que remonta a Dante (cf. Il convivio) - mas de raíz latina: ciuilis, ciuis. Segundo a etimologia, designa, portanto, a "acção de tornar civil" (...)."
Manuel Antunes em Teoria da Cultura.
Por Beatriz e Rita